Câncer colorretal cresce entre jovens e acende alerta no Brasil

Casos do tumor maligno cresce em crianças e jovens no Brasil e no mundo. FOTO: Elizeu Dias

Da Redação

O câncer colorretal, doença mais comum em idosos, vem aumentando entre os jovens. Estudo da Universidade de Missouri-Kansas City apresentado no Digestive Disease Week 2024 — maior encontro internacional de médicos e pesquisadores da gastroenterologia, mostrou que a taxa do câncer intestinal aumentou 333% entre adolescentes de 15 a 19 anos, entre 1999 e 2020. A pesquisa também revelou que o aumento é ainda mais significativo entre crianças de 10 a 14 anos, crescendo 500% nessa faixa etária, nos últimos 20 anos. Casos envolvendo jovens e adultos, com idades entre 20 e 24 anos, registraram um aumento de 185%.

O tipo mais comum do tumor é o adenocarcinoma, também conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer intestinal, que têm boas chances de cura, especialmente, quando o diagnóstico é precoce. “É importante que a sociedade esteja atenta aos sinais e sintomas do câncer colorretal, pois ele não é mais considerado uma doença de pessoas idosas e pode atingir outras faixas etárias”, explica a médica Leliane Alencar, presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia em Pernambuco e diretora médica da Endogastro.

No Brasil, os números são preocupantes. Para se ter uma ideia, ele é o terceiro tumor maligno que mais mata no país. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam que, entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar mais de 135 mil novos casos.

“Embora as taxas entre a população infantil e adolescente tenham crescido, elas não são altas o suficiente para indicarmos a colonoscopia. Entretanto, para jovens e adultos, o exame é essencial para diagnosticar tumores”, explica a médica. As diretrizes orientam que a colonoscopia seja realizada a partir dos 45 anos e repetida a cada dez anos, em caso de resultado negativo. “A colonoscopia é essencial para o diagnóstico precoce, pois a doença pode se desenvolver sem apresentar nenhum sintoma. Além disso, quando descoberto na fase inicial, ainda restrito ao local de origem, o câncer intestinal tem uma taxa de cura acima de 90%”, reforça.

Pessoas com histórico familiar com este tipo de câncer, segundo Leliane Alencar, devem  iniciar a rotina de exames dez anos antes da idade em que o parente próximo recebeu o diagnóstico.

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