Setembro Amarelo sensibiliza sociedade para a prevenção ao suicídio

 

Da Redação

Em Pernambuco, os registros de tentativas de suicídio em 2023 foram 27,8% acima dos casos de 2022

O mês de setembro coloca em evidência um problema de saúde pública mundial: o suicídio. Este ano, o tema central da campanha Setembro Amarelo é “Se precisar, peça ajuda!”, evidenciando a importância do acolhimento no tratamento à depressão e outras doenças mentais que podem levar ao suicídio.

Ações individuais, específicas e universais podem contribuir na redução das estatísticas sobre os casos.
Em Pernambuco, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS/PE), da Secretaria Estadual de Saúde, em 2022, foram registrados 3.629 casos de tentativas de suicídio no Estado. No ano passado, foram 5.025 notificações, o que revela um aumento de 27,8%.
Em 2024, de janeiro a junho, já foram contabilizados 2.600 ocorrências envolvendo tentativas de suicídio – o perfil de gênero e faixa etária mostra que 25% dos casos são homens e os outros 75% dos casos envolvem mulheres, a maioria de 20 a 39 anos de idade.

Estratégia de suporte pode evitar casos

A depressão e a dependência química, junto a outros fatores sociais, ambientais e culturais, são elementos considerados nas características dos indícios de que alguém está cogitando o suicídio. “Sintomas como desesperança, o desespero e o desamparo são fatores de risco nesse processo. Uma pessoa adoecida, com esses sintomas, precisa de suporte médico, psicológico e de acolhimento psicossocial. Então é preciso entender o que se passa e traçar estratégias para um tratamento”, destaca o psiquiatra da Gerência de Atenção à Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde, Gustavo Arribas.

O fortalecimento de quatro áreas da dimensão da existência humana é considerado primordial para manter a saúde mental em dia: a saúde do corpo, a saúde da mente, a vida social e a espiritualidade. Entre as recomendações principais para uma rotina preventiva à depressão e outras patologias estão uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercício físico e a manutenção da qualidade do sono. É preciso ainda evitar situações de estresse, trabalhar situações de trauma, ressignificar o passado, ter convívio familiar e comunitário e exercitar crenças do que faz bem a si mesmo.

Gustavo Arribas destaca que o tratamento pode incluir o uso de medicações. “O tratamento da depressão e de qualquer doença mental pode ter o uso de medicamentos como um dos pilares. Somado a outros cuidados psicossociais, os remédios são de extrema importância para a melhora gradativa do quadro em que o paciente se encontra. A criação de uma rede de apoio territorial e a pessoa como protagonista principal do seu cuidado são sempre primordiais nesse processo”, ressalta.

Atendimento em Saúde Mental

Todas as pessoas que apresentem sinais e sintomas de algum sofrimento psíquico ou que necessitem de cuidado integral por fazerem uso problemático de álcool e outras drogas, devem acessar a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, em um dos seus pontos de atenção, seja nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município onde mora para iniciar acompanhamento por uma equipe multiprofissional.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*