Evento acontece hoje, no Hotel Luzeiros, das 14h às 16h
Nesta quarta-feira (26), ocorrerá, no Pina, a 2ª Reunião do Comitê Estratégico para Diagnóstico Precoce do Câncer Infantil em Pernambuco. Na ocasião, profissionais de saúde de hospitais de referência em Oncologia em Pernambuco discutirão sobre questões relacionadas aos tratamentos de câncer infantojuvenil, nos âmbitos da rede pública de saúde, com ênfase na preocupação com o diagnóstico precoce e o acesso dos pacientes à melhores condições estruturais para o tratamento. Entre os centros médicos de referência representados na reunião estão o Hospital do Câncer, o Hospital Oswaldo Cruz, o IMIP e o Hospital Dom Tomás, de Petrolina.
Para entender a origem e propósito do evento, é preciso voltar para 2018, ano em que foi criado pela Organização Mundial de Saúde o projeto Iniciativa Global Contra o Câncer Infantil (GICC, em inglês), uma resolução com foco em auxiliar os países na consolidação dos seus sistemas de saúde. A Organização Panamericana de Saúde identificou o Estado de Pernambuco como local ideal para iniciar a GICC no país, através da metodologia CUREAll, utilizada pelo hospital norte-americano St. Judes, referência mundial em tratamento oncológico infantojuvenil. Este cenário motivou a criação do comitê que se encontrará amanhã, focado no desenvolvimento de medidas eficazes para um caminho mais rápido de crianças e adolescentes até o diagnóstico.
“Nos países bem desenvolvidos, onde as estratégias de tratamento são bem estabelecidas, se chega a uma chance de cura de 80%. O que faz diferença não é o tipo de tratamento, mas sim, a estrutura dos locais onde as crianças são tratadas” afirma Vírginia Almeida, coordenadora do ambulatório da Oncologia Pediátrica do Hospital do Câncer. Ela diz que as dificuldades de acesso encaradas pelos pacientes são os principais obstáculos a serem superados através do trabalho feito pelo comitê. “Estamos fazendo todo o diagnóstico, para ver qual a situação dos pacientes com câncer aqui em Pernambuco, qual a peregrinação que eles precisam fazer, e o que dificulta mais para os pacientes chegarem até os centros de referência.”
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são detectados cerca de 7.000 casos de câncer infantojuvenil por ano, e a maioria desses pacientes conseguem obter tratamento nos próprios estados natais. Ainda assim, sabe-se que o Brasil é um dos países sem total capacidade de lidar com as necessidades de todos os enfermos de forma igualitária e qualitativa. “Em oncologia pediátrica, o que realmente faz a diferença é o diagnóstico precoce, porque são doenças que se desenvolvem muito rapidamente. Se a gente demora um mês, para um adulto não faz diferença, mas para uma criança, faz. As políticas precisam ser individualizadas para essa faixa etária”, diz a coordenadora.
É importante enfatizar que o comitê ainda se encontra na fase de construção do projeto proposto, e o caminho a ser percorrido é extenso. “A gente está na fase de construção do projeto, entrevistando pacientes e famílias para ver quais são os principais gargalos para começar as ações efetivas sobre isso”, Virgínia informa. Mesmo assim, ela reconhece avanços no processo de estruturação, e que a contribuição e reconhecimento dos hospitais do estado e da Secretaria de Saúde de Pernambuco serão essenciais para que a iniciativa traga os resultados esperados.
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