Da Redação
Mais um Novembro Azul chega com uma missão importante: conscientizar a população masculina a respeito da própria saúde e dos riscos do câncer de próstata. A campanha do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) traz a mensagem “Quem procura, trata”, ressaltando a busca pelo cuidado nas consultas e exames de rotina.
O câncer de próstata é o mais comum dentre os cânceres específicos que atingem os homens e, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2023, a previsão é de 71.730 novos casos no Brasil em 2025.
Aumento de 21% em dez anos
O Painel de Monitoramento de Mortalidade, do Ministério da Saúde mostra que o número de mortes por câncer de próstata vem aumentando continuadamente. Nos últimos dez anos, houve um crescimento de 21%, saindo de 14.984 mortes anuais em 2015 para 17.587 em 2024. Considerando o ano de 2024, foram 48 mortes por dia.
“Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) inicia a campanha Novembro Azul 2025 reforçando a importância do diagnóstico precoce, quando as chances de cura podem ultrapassar 90%, e incentivando homens a partir dos 50 anos – ou 45 em caso de histórico familiar, obesidade e raça negra – a procurarem avaliação médica individualizada”, diz a SBU em sua página.
“Quanto mais homens idosos na população, maiores as chances de desenvolver o câncer de próstata. Apesar de ter uma alta taxa de mortalidade, ele é altamente tratável se diagnosticado no início, com boas chances de cura e sobrevida”, explica o urologista do HCP, Felipe Dubourq.
Além do câncer de próstata, a campanha chama atenção para cânceres que, embora menos frequentes, exigem diagnóstico precoce e acompanhamento médico. O câncer de pênis, por exemplo, está fortemente associado à falta de higiene íntima, infecção por HPV e tabagismo. Já o câncer de bexiga tem maior incidência entre fumantes e pessoas expostas a agentes químicos industriais, enquanto o câncer de testículo costuma atingir homens jovens, entre 15 e 35 anos, e tem altos índices de cura quando identificado logo no início.
Controle da dor
Durante o Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, o médico especialista em dor e acupuntura, Helio Pinheiro, chama a atenção para um aspecto muitas vezes deixado em segundo plano no tratamento da doença: o controle da dor.
Em estágios mais avançados, especialmente quando há metástases ósseas, a dor se torna um dos sintomas mais incapacitantes, impactando diretamente o bem-estar físico e emocional do paciente. “Tratar o câncer não é apenas combater o tumor, mas cuidar do paciente de forma geral. A dor não pode ser vista como algo inevitável, pois ela precisa ser avaliada e tratada com a mesma atenção dada às outras etapas da doença”, afirma Helio Pinheiro. Para ele, o manejo da dor é fundamental para melhorar o humor, o sono, o apetite e até a resposta do organismo aos tratamentos oncológicos.
O especialista explica que abordagens integrativas, como a acupuntura e a neuromodulação periférica, têm apresentado resultados promissores na redução da dor e na melhora da qualidade de vida de pacientes oncológicos. “A acupuntura estimula a liberação de substâncias analgésicas naturais e ajuda a regular a resposta do sistema nervoso, proporcionando alívio mesmo em casos de dor crônica”, observa.
Estudos apontam que mais de 60% dos homens com câncer de próstata avançado relatam dor moderada ou intensa, e que o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar — com oncologistas, fisioterapeutas e especialistas em dor — é essencial para garantir um tratamento mais eficaz e humanizado. “Neste Novembro Azul, é importante lembrar que cuidar da dor é cuidar da vida. O tratamento completo vai além da cura: ele busca devolver dignidade, autonomia e qualidade de vida ao paciente”, reforça o médico.
Abertura musical no HCP
Para iniciar a programação do Novembro Azul, o HCP receberá o cantor Thiago Arancan, que fará uma apresentação especial voltada aos pacientes, acompanhantes, colaboradores e voluntários do hospital. O momento musical está marcado para às 9h30, no auditório do HCP, e promete emocionar e inspirar quem passa pelo tratamento oncológico na instituição.

Seja o primeiro a comentar