Apagão cibernético mundial, que afetou grandes hospitais em São Paulo, não causou impactos no Polo Médico do Recife

O cientista Albert Sabin veio ao Recife, em 1986, conhecer o hospital que leva o seu nome como forma de homenageá-lo. FOTO: Divulgação

Etiene Ramos, com informações do Metrópoles

O Hospital das Clínicas da  Universidade de São Paulo, maior complexo hospitalar da América Latina, foi afetado pelo apagão cibernético iniciado na madrugada desta sexta-feira (19/7). O apagão atingiu usuários da plataforma Windows 10 em todo o mundo e, no Brasil, prejudicou principalmente empresas do sistema bancário, como o Bradesco, e de aviação, a exemplo da Azul.

De acordo com o Hospital das Clínicas, no final da manhã o problema já estava em processo de estabilização e não foi registrado nenhum prejuízo relevante. Os equipamentos que usam a plataforma Windows 10 ficaram fora do ar durante a pane, o que prejudicou serviços como agendamento de consultas e atendimentos. O apagão atingiu o Sistema de Informações Gerenciais da Ebserh (SIG).

No Recife, cidade que concentra um polo médico de grandes hospitais públicos e privados, o apagão cibernético mundial ocasionou pequenos problemas pontuais no Real Hospital Português, mas, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição, eles não tiveram impacto significativo na operação.

O médico George Trigueiro, presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe), declarou que recebeu reclamações ou relatos de problemas com os sistemas, equipamentos e tecnologias nos hospitais da rede particular e filantrópica do Estado, nesta sexta-feira (19).

Responsável pela gestão de tecnologia e telemedina de clínicas em todo o Brasil, a TI Saúde, empresa do grupo DPSP, também não sofreu impacto nas suas operações. “Todos os nossos servidores são Linux, não tivemos nenhum problema com o apagão cibernético que atingiu apenas usuários do Windows”, afirmou Fred Rabelo, um dos fundadores do grupo TI Saúde, instalado no Porto Digital do Recife.

Voltando a São Paulo, o  Hospital Albert Einstein, localizado na zona oeste da capital, afirmou que identificou, ainda na madrugada desta sexta-feira, uma falha técnica no sistema fornecido pela CloudStrike e que, assim que o erro foi identificado, funcionários iniciaram a correção.

A assessoria de imprensa do Einstein informou que a falha não afetou a operação de atendimento aos pacientes em nenhum momento. Na manhã desta sexta, “quase a totalidade” do sistema estava em funcionamento normal.

Já o Hospital Sírio Libanês, também na zona oeste paulista, funciona com lentidão nos atendimentos em virtude da instabilidade nos sistemas. A coleta de exames laboratoriais,  segundo a assessoria do hospital, foi temporariamente suspensa.

No centro da capital paulista, a Santa Casa de Misericórdia, não teve registradas alterações nos serviços.

A origem do pane foi causada por um atualização de um software da empresa CloudStrike para servidores da Microsoft.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde funciona a partir de um servidor próprio, o data SUS, que opera de forma independe a esses servidores. Apesar disso, sistemas paralelos, como o de segurança, costumam depender desse recurso.

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