Da Redação
O Estudo de Prevalência do Papilomavírus no Brasil (POP-Brasil), que analisa o impacto da vacinação contra o HPV, vai contar com um teste inédito no país para avaliação sorológica dos participantes. O teste avalia a resposta imunológica induzida pela vacinação contra o HPV e é aplicado com exclusividade na pesquisa.
Desenvolvida nos Estados Unidos pelo National Institutes of Health (NIH), a metodologia está sendo transferida para o Brasil numa parceria entre o Hospital Moinhos de Vento e o Frederick National Laboratory (FNL). O FNL, laboratório do NIH, referência nesta metodologia, é responsável pela avaliação de qualidade e eficácia dos imunizantes contra HPV em nível mundial. O Moinhos de Vento conta com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde.
Pesquisadoras do Moinhos de Vento participaram de treinamento no FNL como o objetivo é aplicar a metodologia no estudo POP-Brasil para avaliar a imunogenicidade associada às diferentes doses e esquemas vacinais contra HPV. O estudo é realizado em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, com jovens entre 16 e 25 anos de ambos os sexos.
A iniciativa torna o Hospital Moinhos de Vento pioneiro na implementação desta tecnologia na América Latina e referência na aplicação da técnica.
No Brasil, a imunização contra o HPV iniciou em 2014. Atualmente, o esquema vacinal recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para população em geral é de duas doses aplicadas num intervalo de seis meses. No entanto, a possibilidade de diferentes adesões ao esquema vacinal preconizado poderá ser avaliada a partir da implementação desta tecnologia.
Os resultados contribuirão no entendimento da resposta imune induzida pela vacina contra HPV e são imprescindíveis no planejamento de ações e direcionamento de políticas públicas pelo Ministério da Saúde.
Estudos sobre HPV
Desde 2015, o Hospital Moinhos de Vento, por meio do PROADI-SUS, lidera um trabalho epidemiológico nacional sobre o HPV. A iniciativa investiga diferentes fatores associados à infecção pelo papilomavírus humano em três estudos: POP-Brasil 2 – avalia a prevalência de HPV nacionalmente, monitorando o impacto da vacinação; SMESH – avalia a prevalência de HPV em populações de alto risco; e STOP-HPV, que avalia a associação de HPV e câncer de cabeça e pescoço.
No POP-Brasil 2, com jovens entre 16 e 25 anos que já tenham tido relações sexuais, eles respondem a uma entrevista nas unidades de saúde sobre comportamento sexual. características sociodemográficas, fumo, uso de álcool e outras drogas, conhecimento sobre HPV e vacinação, Também fazem coletas de material biológico. O estudo, que finaliza em 2023, tem como benefício direto ao participante o resultado de HPV genital, que atualmente não é disponibilizado no sistema público de saúde.
Na primeira etapa, foi encontrada alta prevalência de HPV em todas as regiões brasileiras, sendo as maiores no Nordeste (58,09%), seguido do Centro-Oeste (56,46%) e do Norte (53,54%). O resultado apontou ainda que a prevalência estimada da infecção entre jovens era de 53,6% dos quais 35,2% eram casos de HPV de alto risco, relacionado a determinados tipos de câncer.
Sobre o Proadi-SUS
O Hospital Moinhos também lidera e participa de uma série de estudos realizados por meio Proadi-SUS. Hoje a Instituição possui 37 projetos aprovados junto ao Ministério da Saúde, os quais repercutirão em maior qualidade no atendimento à população de todo o país. Entre as iniciativas, estão pesquisas sobre prevenção ao AVC, assistência em asma e prevalência de HPV entre jovens.
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