Da Redação
A cantora sertaneja Simone Mendes foi diagnosticada com adenomiose. Por conta disso, a artista revelou que precisou retirar o útero após o nascimento da sua filha Zaya, de dois anos. A cantora de 39 anos disse que ficou cerca de três meses com um sangramento e precisou fazer a cirurgia. Além do sangramento, a doença provoca cólicas intensas.
A presidente da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR) e médica ginecologista, Marise Samama, esclarece detalhes sobre a doença. “Adenomiose é uma doença benigna do útero na qual células do endométrio (tecido que reveste o útero por dentro e que descama na menstruação), se implantam na parte muscular do útero. Da mesma forma que na endometriose, as células do endométrio se implantam fora do útero, aqui elas se implantam no músculo uterino. Na gravidez, há distensão das fibras musculares do útero podendo predispor ao quadro nestas mulheres. A doença pode ainda não apresentar sintomas em um terço das pacientes, ou estar associada à presença de mioma uterino ou à endometriose, podendo estas se manifestarem conjuntamente, explica.
De acordo com a ginecologista, durante a gestação, as mulheres com a doença possuem maior risco de aborto e placenta de inserção baixa. Outros perigos associados com a patologia são o trabalho de parto prematuro e rotura prematura de membranas e pré-eclâmpsia.
Causas e Sintomas da Adenomiose
Uma em cada 8 mulheres pode ter dor na gestação. Pode também ser causa de infertilidade, o que dificulta a implantação do embrião no útero. Ainda de acordo com a presidente da AMCR, existem semelhanças om a endometriose. “Os sintomas são similares aos da mulher com endometriose e mioma uterino. Há associação frequente destas doenças com adenomiose. Mulheres com adenomiose podem apresentar sintomas de cólica menstrual, fluxo menstrual aumentado, sangramento uterino anormal, dor pélvica crônica, dor na relação sexual, e alteração do hábito intestinal na menstruação devido à cólica. Mas se o sintoma for apenas cólica menstrual, poderá ser confundido com a simples cólica menstrual frequente na mulher e que não é causa de doença”, esclarece.
Fertilidade
A retirada do útero é o tratamento definitivo. No entanto, quando a paciente deseja engravidar novamente, outros tratamentos são estudados para preservar a fertilidade. “Outros tratamentos cirúrgicos como adenomiometrectomia que é a ressecção deste tecido muscular espessado, é cirurgia tecnicamente difícil e de resultados que variam bastante. Novas tecnologias minimamente invasivas têm sido estudadas e aplicadas recentemente como ultrassom microfocado de alta intensidade e a radiofrequência guiada por ultrassom com resultados promissores!”, enfatiza.
Além dessas questões, a médica ressalta que a eficácia da utilização de hormônios para tratar a questão da fertilidade da mulher. “Hormônios que bloqueiam o eixo hormonal hipotálamo-hipófise-ovário, têm sido usados de forma temporária em tratamentos de infertilidade com sucesso para promover gestação. O uso de contraceptivos hormonais orais ou de longa duração, como os implantes e sistemas intrauterinos, podem contribuir para ausência de menstruação e controle dos sintomas”, finaliza.
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