Tony Bellotto, guitarrista dos Titãs, fará cirurgia para tratar câncer de pâncreas

O titã Tony Belloto irá se afastar da banda para tratamento e pretende voltar após a recuperação; FOTO: Divulgação TV Brasil

Da Agência Brasil

Uma notícia preocupou os fãs da banda Titãs esta semana: o guitarrista Tony Bellotto foi diagnosticado com um tumor no pâncreas e vai passar por um cirurgia.

Nas redes sociais, o músico informou que o tumor foi identificado durante um exame de rotina e que vai se afastar dos palcos para o tratamento.  A banda, porém, segue com a agenda planejada.

“Logo que eu me recuperar, retorno aos shows e às minhas atividades profissionais. Desde já, quero agradecer pensamentos, palavras e mensagens de apoio e carinho e pedir que vocês não sofram. Sem drama. Estou tranquilo e confiante, enfrentando tudo com coragem e dignidade”, declarou Belloto.

Em nota oficial também divulgada nas redes sociais, a banda Titãs confirmou o diagnóstico de Tony e a pausa temporária na carreira. Na ausência do guitarrista, o grupo passa a ser composto pelo músico Alexandre de Orio. “Logo que se recupere, Tony retomará suas atividades profissionais”.

Câncer de pâncreas levou Leo Batista., aos 92 anos. FOTO: Divulgação TV GLOBO

Em janeiro passado, o comentarista esportivo Leo Batista morreu em decorrência do câncer de pâncreas – um dos mais silenciosos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca),  é um tipo de tumor maligno que normalmente não leva ao aparecimento de sinais e sintomas em estágios iniciais, mas apresenta alta taxa de mortalidade exatamente em razão do diagnóstico tardio.

Fatores de risco

Segundo o Inca, é possível identificar fatores de risco hereditários e não hereditários para o câncer de pâncreas – sendo que apenas algo em torno de 10% a 15% dos casos decorrem de risco hereditário, incluindo síndromes de predisposição genética como:

– câncer de mama e de ovário hereditários associados aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2

– síndrome de Peutz-Jeghers

– síndrome de pancreatite hereditária

Já os fatores de risco não hereditários incluem o tabagismo; o excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade); diabetes mellitus; e pancreatite crônica não hereditária. “Os fatores de risco não hereditários são passíveis de modificação, pois relacionam-se, em grande parte, ao estilo de vida”, destaca o instituto.

Exposição a solventes, tetracloroetileno, estireno, cloreto de vinila, epicloridrina, HPA e agrotóxicos também apresentam associações com o câncer de pâncreas. Agricultores, trabalhadores de manutenção predial e da indústria de petróleo são os grupos com mais exposição a essas substâncias e apresentam risco aumentado para o desenvolvimento da doença.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas mais comuns do câncer de pâncreas são fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal, urina escura, olhos e pele de cor amarela, náuseas e dores nas costas. Entretanto, eles não são específicos do câncer de pâncreas – e esse é um dos fatores que colabora para o diagnóstico tardio da doença.

“Vale chamar atenção para o diabetes, que tanto pode ser um fator de risco para o câncer de pâncreas, como uma manifestação clínica que antecede o diagnóstico da neoplasia. O surgimento recente de diabetes em adultos pode ser uma eventual antecipação do câncer pancreático”, alerta o Inca.

Detecção precoce

A detecção precoce de qualquer tipo de câncer é uma estratégia utilizada para encontrar tumores em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido.

A detecção precoce, de acordo com o Inca, pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença. Pessoas sem sinais ou sintomas, mas que pertencem a grupos com maior chance, podem estar comprometidos.

“Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pâncreas traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado”, destaca o instituto.

Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, já que a maioria dos pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença.

Diagnóstico

Segundo o Inca, não existem sinais ou sintomas específicos cuja presença seja sinônimo de diagnóstico de câncer de pâncreas. Exames de imagem, como ultrassonografia (convencional ou endoscópica), tomografia computadorizada e ressonância magnética, são métodos utilizados no processo diagnóstico.

Além disso, exames de sangue, incluindo a dosagem do antígeno carbohidrato Ca 19.9, podem auxiliar no raciocínio diagnóstico. O laudo histopatológico, obtido após biópsia de material ou da peça cirúrgica, define o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento para o câncer de pâncreas depende do laudo histopatológico (tipo de tumor), da avaliação clínica do paciente e dos exames. O estado geral em que o paciente se encontra no momento do diagnóstico, de acordo com o instituto, é considerado fundamental no processo de definição terapêutica.

“A cirurgia, único método capaz de oferecer chance curativa, é possível em uma minoria dos casos, pelo fato de, na maioria das vezes, o diagnóstico ser feito em fase avançada da doença. Nos casos em que a cirurgia não é apropriada, a radioterapia e a quimioterapia são as formas de tratamento, associadas a todo o suporte necessário para minimizar os transtornos gerados pela doença.”

Prevenção

A melhor forma de se prevenir o câncer de pâncreas, segundo o Inca, é assumir um estilo de vida saudável, incluindo as seguintes orientações:

– evitar a exposição ao tabaco da forma ativa e passiva

– manter o peso corporal adequado, já que o excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade) também são fatores de risco para desenvolver diabetes, que aumenta o risco para câncer de pâncreas.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*