Fiocruz-PE e UFRPE descobrem compostos que atuam contra o vírus da Chikungunya

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Moléculas descobertas em pesquisa inibiram a doença nos testes in vitro. FOTO: Pixabay
Da Redação
A Fiocruz Pernambuco  e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) registraram uma patente referente a compostos com potencial antiviral contra o vírus chikungunya: as moléculas triazólicas conjugadas com bases pirimídicas. Essas moléculas conseguiram inibir a replicação do vírus em testes in vitro, com baixa toxicidade celular.
A descoberta ocorreu durante um projeto de iniciação científica da estudante Melyssa Gabriely Silva, sob orientação do pesquisador do Departamento de Virologia, Lindomar Pena. A síntese dos compostos foi realizada pelo grupo do professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Ronaldo Oliveira, parceiro da Fiocruz há vários anos em pesquisas sobre antivirais.
Os testes em laboratório indicaram que as moléculas atuam na fase de replicação do vírus chikungunya, impedindo sua proliferação nas células infectadas. Os resultados também mostraram que os compostos apresentaram alta viabilidade celular, o que indica um  baixo potencial de causar danos às células, um requisito importante para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.
Além dos estudos in vitro, análises computacionais indicaram que os compostos inibem a polimerase viral, enzima responsável pela replicação do genoma do vírus (mecanismo responsável pela sua reprodução). “Esses compostos foram pouco tóxicos para as células e muito eficazes contra o vírus chikungunya. A patente garante a proteção da propriedade intelectual dessa descoberta”, afirmou o pesquisador.

Estudos pré-clínicos em 2026

A equipe pretende iniciar os estudos pré-clínicos em modelo animal em 2026. Os testes clínicos, necessários para a formulação de um novo medicamento, ainda não têm previsão de início. A patente representa um avanço na pesquisa de antivirais no Brasil, especialmente diante da ausência de medicamentos aprovados para o tratamento da febre chikungunya. A doença tem gerado impacto recorrente em saúde pública, sobretudo em países de clima tropical, como o Brasil.
“É uma colaboração de muitos anos com o professor Ronaldo. Ele sintetiza os compostos e nós realizamos os testes contra diferentes vírus. Esse trabalho faz parte da primeira etapa no desenvolvimento de um antiviral, que inclui avaliação de segurança e eficácia em células”, explicou Lindomar Pena.
A iniciativa reforça a importância da colaboração entre instituições de pesquisa e do investimento em ciência e inovação. Também destaca o papel da iniciação científica na formação de novos pesquisadores e na geração de conhecimento com potencial de impacto na saúde pública.

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