
Da Redação
Este ano, o Dia Mundial da Asma – 6 de maio, é celebrado pela Iniciativa Global para a Asma (GINA) com o tema “Tornar os Tratamentos Inalatórios Acessíveis a TODOS ”. O objetivo é enfatizar a necessidade de garantir os medicamentos inalatórios essenciais aos pacientes. Com corticosteroides em suas fórmulas, eles previnem as crises de asma e tratam a inflamação subjacente que causa a doença.
No mundo, ela afeta mais de 260 milhões de pessoas, sendo responsável por mais de 450.000 mortes por ano. A maioria dessas mortes, segundo a GINA, podem ser evitadas.
No Brasil, a data traz ainda um alerta para a importância de diferenciar a crise asmática de outros quadros respiratórios comuns no outono e inverno. Segundo o Ministério da Saúde, a asma é uma doença crônica que atinge mais de seis milhões de brasileiros e exige atenção especial, sobretudo no período de sazonalidade das doenças respiratórias.
Em Pernambuco, a sazonalidade vai de março a agosto, período onde as crises respiratórias aumentam o fluxo nas emergências. “Com a maior circulação de vírus, crianças que já têm asma podem apresentar complicações no quadro clínico quando são acometidas por uma infecção respiratória associada, já que a asma passa a ser vista como uma comorbidade”, destaca a pneumologista pediátrica e preceptora dos médicos residentes,. do Hospital Maria Lucinda, Fabíola Fonseca.
O hospital faz parte da Fundação Manoel da Silva Almeida/Hospital Maria Lucinda (FMSA/HML), que gerencia sete Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede estadual de Pernambuco, adotando os devidos protocolos de atendimento para crianças e adultos com sintomas de asma.
A doença é conhecida pelo sofrimento que causa aos pacientes, inclusive prejudicando suas carreiras, e pode levar à internações e à morte. Apesar de não ter cura, a asma tem tratamento eficaz, sendo essencial o diagnóstico e o manejo corretos para evitar complicações.
Mais prevalente na faixa etária pediátrica, em crianças em idade escolar, as crises são desencadeadas por infecções respiratórias, especialmente os resfriados. Nos atendimentos das UPAs sob a gestão da FMSA/HML, as equipes são treinadas para distinguir a crise asmática de outras emergências respiratórias, como infecções virais, bronquiolite (em crianças pequenas), ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC ) em adultos.
“Nessa época, a asma apresenta mais descontrole, muitas vezes por infecções respiratórias, mudanças climáticas ou exposição a alérgenos. Pacientes bem orientados e disciplinados com o tratamento conseguem evitar muitas idas às emergências. É possível controlar a asma em casa nos primeiros sinais de crise leve, desde que haja acompanhamento médico regular e uso correto da medicação prescrita”, reforça a pneumologista.
O plano de tratamento da asma deve ser seguido de forma contínua e orientada por profissionais de saúde, com uso regular das medicações prescritas, disponíveis gratuitamente no SUS. É fundamental que o paciente saiba identificar o início das crises e esteja orientado para agir nesses momentos, inclusive para usar dispositivos de inalação com auxílio de espaçador, quando indicado. “Fazendo isso, em muitos casos, se evita a necessidade de ida à emergência”, explica Fabíola Fonseca.
A médica reforça que manter o tratamento prescrito fora das crises reduz significativamente o risco de emergências e internações. “Tratar a asma é compromisso diário, não apenas quando a crise aparece. Encarando a asma como uma doença crônica, o tempo necessário para o tratamento depende do controle da doença e de fatores externos que possam ser gatilhos para crises”, reforça.
UBS ajudam a evitar emergências
A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada para o sistema público de saúde. As UBSs são responsáveis pelo atendimento médico básico, preventivo e curativo da população, com uma equipe de profissionais de saúde que inclui médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, entre outros. “Uma atenção primária em funcionamento contribui para o controle da doença e consequentemente desafoga as emergências e diminui número de internamentos. O ideal é que os pacientes procurem as UBS para acompanhamento e ajustes no tratamento. Casos graves ou persistentes, sim, devem ser encaminhados ao pneumologista”, declara a médica.
As unidades de saúde e emergência do HML priorizam o atendimento dos pacientes em crise. Casos moderados e graves são avaliados quanto à necessidade de internação ou encaminhamento hospitalar.
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