
Da Redação com Agência Brasil
Edição: Etiene Ramos
O dia 6 de junho é celebrado como Dia Nacional do Teste do Pezinho, como é conhecida a Triagem Neonatal Biológica, um dos instrumentos mais importantes para detectar precocemente doenças graves em recém-nascidos. O exame foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 6 de junho de 2001 e oferece a possibilidade do diagnóstico precoce antes do surgimento de sinais e sintomas (fase pré-sintomática). A recomendação do Ministério da Saúde, é que o exame seja ser feito a partir de 48 horas do parto e até o quinto dia de vida da criança.
“A Triagem Neonatal Biológica é iniciada com a coleta do sangue do calcanhar do bebê, por isso o nome “Teste do Pezinho”, em papel-filtro, para a realização dos exames. É importante entender que a coleta é só o começo dessa triagem. Os exames realizados após a coleta são capazes de suspeitar qual recém-nascido pode ter uma das doenças triadas e a partir de então iniciar o tratamento o mais rápido possível”, orienta o Ministério da Saúde.
A partir do Teste do Pezinho, o Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo as orientações do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), faz a triagem das seguintes doenças:
- Fenilcetonúria
- Hipotireoidismo Congênito
- Fibrose Cística
- Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias
- Hiperplasia Adrenal Congênita
- Deficiência de Biotinidase
- Toxoplasmose Congênita
Avanços estaduais
Em alguns Estados o exame já ampliou o leque de doenças e, entre eles, merece destaque o Rio de Janeiro, o primeiro do país a rastrear 54 doenças com o teste do pezinho. “São gotas de amor que salvam vidas. O exame permite detectar algumas doenças raras, possibilitando a chance de tratamento precoce, redução de óbitos e sequelas infantis. Desde agosto de 2023, a secretaria ampliou a rastreabilidade de outras doenças como do ciclo da ureia, anemia falciforme, fibrose cística, fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito”, explica a coordenadora de Saúde da Criança da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Roberta Serra.
Desde 2017, a SES-RJ é parceira da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Rio de Janeiro (Apae-Rio), que realiza de 11 a 12 mil testes por mês, de acordo com o número de nascidos vivos. Em 2018, a parceria tornou o Rio de Janeiro pioneiro na entrega dos resultados do Teste do Pezinho Ampliado de forma online.
A partir de 1º de agosto de 2023, os resultados dos exames estão disponíveis no site da secretaria e podem ser acessados com o número do papel-filtro do exame, fornecido pela unidade de saúde onde foi feito o teste e a data de nascimento do bebê. O serviço digital da Apae-Rio também avisa aos familiares pelo WhatsApp em casos de resultados suspeitos.
Em Pernambuco, o exame, oferecido em todos os municípios, tem capacidade de detectar as sete doenças inclusas no PNTN, e ainda a Galactosemias, uma das duas doenças recentemente incorporadas no diagnóstico da rede estadual de saúde.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) afirma que segue atuando na ampliação escalonada das doenças rastreadas por meio do Teste. Diz ainda que entre 2023 e 2025, a rede de coletas passou de 322 para 464 pontos de coletas, permitindo às famílias acessar o exame mais perto das suas residências.
“Pernambuco está empenhado em qualificar e expandir a rede de coletas, doenças rastreadas e rede assistencial para cuidar dos casos diagnosticados. A infraestrutura laboratorial também vem sendo modernizada para a implementação das novas doenças triadas, com implementação do Sistema MatrixNet – que promove maior segurança no rastreio das amostras e acesso aos resultados em tempo real nos municípios de residência, além da aquisição de novos insumos e equipamentos laboratoriais”, destaca a técnica em Triagem Neonatal da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), Rafaely Costa.
Nesta sexta-feira (6), em alusão ao Dia do Teste do Pezinho, a SES-PE reuniu profissionais da área e sociedade civil organizada para uma programação especial, onde foi lançado o Manual Técnico Estadual da Triagem Neonatal Biológica. Trata-se de um documento com a descrição dos fluxos assistenciais que envolvem a linha de cuidados da Triagem Neonatal Biológica em Pernambuco.
O manual orienta gestores e profissionais de saúde quanto ao funcionamento do programa no Estado, explicita as atribuições dos serviços, a rede de coletas, procedimentos para implantação de novos pontos de coleta, procedimentos de busca ativa e encaminhamento aos ambulatórios de referência.
Todas as coletas realizadas em Pernambuco são analisadas no Laboratório Central do Estado (Lacen-PE). Em 2025, até o momento, o Lacen-PE realizou 213.749 testes em 36.090 crianças triadas. Já em todo o ano de 2024 os números foram os seguintes: 474.339 testes realizados e 86.446 crianças triadas.
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