ENTREVISTA Andrey Abreu: "A preparação dos futuros médicos para a era digital ainda é um desafio em muitas instituições de ensino"

Andrey Abreu -- Diretor Corporativo de Tecnologia da MV. Crédito Divulgação MV — Andrey Abreu é diretor corporativo de Tecnologia da MV

Por Etiene Ramos

Líder na América Latina em tecnologia para a saúde, a MV vem avançando a passos largos no uso da Inteligência Artificial (IA) em seus sistemas. Lançada na Hospitalar 2025, em São Paulo, a MaVi, de propriedade da MV, é a primeira tecnologia dedicada exclusivamente à saúde. Ela assume múltiplas formas: de recursos embarcados em sistemas da companhia, como o med.ai e o Prontuário Eletrônico do Paciente, até avatares digitais e dispositivos físicos. Em entrevista ao Blog Polo Médico, o diretor corporativo de Tecnologia da MV, Andrey Abreu, adianta que a MaVi será demonstrada no estande da MV na HospitalMed, que acontece em outubro, no Recife. Andrey também fala sobre a relação amigável dos novos médicos com a tecnologia e como os mais experientes estão aceitando e incorporando os novos recursos, cientes que eles não irão substituir o trabalho médico. A interação entre as ciências da saúde e da computação está só no começo.

A MV vai trazer algum lançamento para a HospitalMed 2025?

Levaremos a jornada assistencial conectada lançada durante a HIMSS em Las Vegas EUA, no início desse ano, e as inovações suportadas por inteligência artificial, como a MaVi, plataforma de agentic AI da MV. Estes conceitos foram apresentados durante a Hospitalar 2025 e que fortalecem a nossa estratégia de transformar a saúde brasileira em digital nos próximos dez anos. Aquilo que foi mostrado para o mundo, chega para o Nordeste no nosso estande na Hospitalmed, além de todas as evoluções das soluções do Ecossistema MV que o mercado já conhece e confia.

A MaVi já foi adotada por hospitais e clínicas de Pernambuco ou de outros Estados do Nordeste?

A MaVi, como plataforma de inteligência artificial da MV, está disponível para toda a nossa base de clientes. Em Pernambuco, em especial, estamos trabalhando no projeto em parceria com o Real Hospital Português (RHP), que passa por um processo de transformação digital com tecnologias MV embarcadas. O RHP utilizará, entre outras soluções, a MaVi como agente de inteligência artificial.

É fato que os médicos mais jovens têm mais facilidade em interagir com a IA? Qual é o público que mais se adapta às novas tecnologias?

É um movimento mundial: as novas gerações de médicos, especialmente os mais jovens, estão liderando a adoção de tecnologias como a IA para reduzir burocracias e aumentar a eficiência no cuidado ao paciente. Observamos que médicos abaixo dos 40 anos, incluindo residentes e recém-formados, demonstram maior familiaridade e abertura para interagir com soluções digitais, como prontuários eletrônicos inteligentes, auxílio diagnóstico por IA e automação de fluxos administrativos. Esse grupo cresceu em um ambiente altamente tecnológico e busca ferramentas que otimizem seu tempo, permitindo focar no que realmente importa: o paciente.

As universidades estão preparando os futuros profissionais para lidar com a atualização tecnológica?

A preparação dos futuros médicos para a era digital ainda é um desafio em muitas instituições de ensino, mas já vemos avanços significativos em universidades que estão integrando tecnologia e inovação em suas grades curriculares. Um exemplo inspirador é o trabalho da Universidade Federal do Piauí (UFPI), nossa parceira em pesquisas e desenvolvimento de soluções em saúde digital. Existem outros exemplos de ambientes acadêmicos que cada vez mais introduzem tecnologias para os futuros profissionais, que já chegam ambientados a um cenário de transformação digital.

Como os médicos mais experientes encaram o desafio de atuar com a IA numa cirurgia? Há resistências? A MV oferece treinamentos?

Vejo como um assunto que gera um bom debate, mas que já possui uma parcela boa de aceitação. Quando falamos em IA, não falamos em substituir o trabalho do médico, mas sim em auxiliar a diminuir as tarefas burocráticas e gerar mais tempo para o olhar com o paciente. É claro, ainda existem desconfianças, mas conforme vamos aprimorando as ferramentas e oferecendo cada vez mais soluções para os profissionais, eles passam a enxergar aquela solução como uma aliada. Sobre os treinamentos, a MV coloca à disposição dos clientes a Universidade MV, a nossa universidade corporativa. Nela contemplamos treinamentos direcionados às nossas soluções, que estão disponíveis de acordo com o pacote contratado.