No Dia Internacional do Câncer Infantil alerta para a doença que mais mata crianças no Brasil

Diagnóstico precoce, investigação médica e tratamento especializado, são as principais formas de evitar a evolução do câncer infantil

O câncer infantil é reconhecido como a primeira causa de morte em crianças no Brasil. Foto: Freepik

Da Redação

Nesta quinta-feira (15) é o Dia Internacional do Câncer Infantil. A patologia é reconhecida como a primeira causa de morte por doença em crianças. Ela fica atrás somente das mortes causadas por acidentes no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no triênio 2023/2025, 7.930 novos casos de câncer atingirão a população de 0 a 19 anos de idade por ano em todo o País.

Diferente dos casos na população adulta, o tumor infantil não possui fatores de risco ou formas de prevenção. O diagnóstico precoce, aliado com uma investigação médica e tratamento especializado, são as principais formas de evitar a evolução do câncer.

Ainda segundo o INCA, os tipos mais comuns são as leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas, neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms, neoplasia maligna originada no rim.

Diagnóstico precoce

O médico pediatra, oncologista e membro da plataforma de agendamento de consultas do mundo, Doctoralia, Luiz Fernando Menezes, alerta para a importância do diagnóstico precoce. “O câncer infantil pode apresentar sinais muito comuns de outras doenças benignas típicas da infância, como febre, dor abdominal, aumento de gânglios linfáticos. Por isso, quando um sintoma se mostra atípico e persistente, nos faz acender o alerta vermelho para a possibilidade de uma neoplasia”, informa.

Por causa dessa dificuldade, a percepção dos pais passa a ser fundamental para a primeira suspeita de que algo não está correto com a criança. “O diagnóstico precoce é muito importante para identificar a doença em estágios iniciais, com uma carga tumoral menor e com maiores chances de cura. A conscientização sobre o câncer infantil continua a ser uma necessidade urgente, quanto maior o acesso a conhecimentos sobre a doença, mais os pais e os profissionais de saúde estarão preparados para identificá-lo”, revela.

Sinais do câncer infantil

O pediatra e professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Daniel Portela, orienta que pais e responsáveis fiquem atentos aos sinais do corpo da criança. “Sintomas como febre persistente, suores noturnos e perda repentina de peso, podem ser confundidos com outras doenças, por isso a informação pode ser aliada para que um diagnóstico precoce salve vidas”, explica.

O médico também menciona algumas características específicas nos casos de neoplasias. “Geralmente surgem manchas no corpo, cansaço, dor nos ossos, anemia, dor de cabeça, falta de equilíbrio, estrabismo e inchaços. Esses quadros são comuns nos diagnósticos de câncer infantil”, aponta.

Sintomas da doença

O médico esclarece os principais sintomas associados à enfermidade:

  • Perda de peso contínua e inexplicável;
  • Dores de cabeça com vômito de manhã;
  • Aumento do inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações;
  • Aumento ou inchaço na região abdominal, pescoço ou qualquer outro local;
  • Pupila esbranquiçada ou alterações visuais, como estrabismo;
  • Febres recorrentes não causadas por infecções;
  • Manchas no corpo e sangramentos repentinos;
  • Cansaço exagerado;
  • Palidez.

Tratamento do câncer infantil

O tratamento é realizado através de quimioterapia, medicação alvo, radioterapia ou cirurgia. Isso vai depender de cada caso. O pediatra salienta a importância de realizar o tratamento numa unidade especializada. Dessa forma, a criança ou adolescente irá receber apoio de uma equipe multidisciplinar. “O paciente precisa de acompanhamento de todos os profissionais; uma equipe que esteja envolvida na cura, mas também na qualidade de vida física, psicológica e social desta criança”, ressalta.

Origem e formação do câncer

O câncer infantojuvenil, frequentemente tem origem em células indiferenciadas do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. As células que sofrem a mutação no material genético não conseguem amadurecer como deveriam e permanecem com as características semelhantes da célula embrionária. Assim, multiplicam-se de forma rápida e desordenada. Por isso, a proliferação do tumor é mais rápida em crianças.

Daniel afirma que o câncer infantil não está relacionado ao estilo de vida. “Não existem fatores ambientais ou riscos de exposição associados ao surgimento de tumor infantojuvenil. A única forma de amenizar os danos causados às crianças é manter a periodicidade às consultas médicas”, aponta.

Acompanhamento psicológico

Além disso, é muito importante contar com uma equipe multidisciplinar. Nesse contexto, Luís Fernando reforça a necessidade da presença de um psicólogo com acompanhamento regular para o apoio. Na percepção do pediatra, o núcleo familiar do paciente também necessita desse apoio. “O cuidado integral é indispensável no processo de amparo ao sofrimento vivenciado, trabalhando expectativas e medos, e, principalmente, evitando o abandono do tratamento”, conclui.

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