
Da Redação
Centenas de funcionários do Rambam Health Care Campus (Rambam HCC), o maior hospital público do norte de Israel, localizado em Haifa, junto com pacientes e visitantes, reuniram-se numa manifestação de solidariedade com as famílias dos reféns raptados pelo Hamas no último dia 7 de outubro.
Foram distribuídos cerca de 50 mil autocolantes com fotos dos rostos dos mais de 200 reféns detidos em Gaza –mulheres e homens, de bebês até idosos. Numa demonstração de apoio, funcionários, pacientes e visitantes do Rambam HCC colaram as fotos nas suas roupas, cada um representando um refém. No ato, onde foram distribuídas fitas amarelas. Os participantes escreveram mensagens de apoio num grande cartaz e colocaram autocolantes noutros dois cartazes, formando o pano de fundo da manifestação.
“Dentro da família Rambam, há vítimas assassinadas, feridas e raptadas, e enviamos abraços amorosos às famílias”, declarou o professor Miki Halberthal, diretor geral do hospital, abrindo a cerimônia. “Israel está passando por um dos momentos mais difíceis. São dias críticos, mas não devemos desistir. Durante milhares de anos, o povo de Israel resistiu a inúmeras provas. Conhecemos o sofrimento e a dor mais do que qualquer outra pessoa, mas nunca desistimos. Força de vontade e resistência são sinônimos para nós. Também superaremos este teste”, completou.
Incerteza e dor dos familiares dos reféns
Membros da família de Ofir Tzarfati (27 anos), de Kiryat Ata, e Alon Ohel (22), de Levon, na Galileia, ambos sequestrados no festival de música Nova em Re’im, juntaram-se à manifestação de solidariedade.
Seguindo a fala de Halberthal, Keren Ram Bar-Yosef, psicóloga clínico do Rambam HCC e tia de Alon Ohel, explicou como a família da instituição e Ohel estão interligadas. No passado, a avó e uma tia de Ohel eram enfermeiras no hospital. Keren compartilhou: “Alon é um músico talentoso. Ele esteve no festival Nova com quatro amigos. Dois foram assassinados e dois ficaram feridos.” Na última foto de Alon, ele é visto vivo sendo levado em uma caminhonete branca cheia de terroristas. Desde então, não ouvimos nada”.

Quando a mãe de Alon, Idit, soube do sequestro, decidiu focar no lado positivo. “O bem traz o bem. Focar no bem nos dará força, e tenho certeza que, de alguma forma, Alon sentirá isso, onde quer que esteja”, declarou. A psicóloga continuou: “A linguagem molda a consciência” e transmitiu outra mensagem da mãe de Alon: “Vamos deixar a frase ‘reféns’ de lado e usar a frase ‘repatriados’ porque eles retornarão. Procuramos trazê-los todos para casa antes que seja tarde demais”.
Rachel Tzarfati, mãe de Ofir Tzarfiti, dirigiu-se à multidão. “Ele foi comemorar seu 27º aniversário”. Ao relatar os acontecimentos que levaram ao sequestro de seu filho, ela compartilhou: “A partir de depoimentos de testemunhas e telefonemas, entendemos que ele e sua parceira, Shoval Gal, estavam tentando escapar do festival de música Nova. Ofir escolheu salvar Shoval, colocá-la em um veículo em movimento e resgatou muitas vítimas adicionais antes de cuidar de si mesmo”, disse a mãe.
“Ofir conseguiu fazer contato e eu disse a ele: Ofir, esta é a missão da sua vida, você tem que se salvar”, lembrou Tzarfati. “Ofir e Romi Gonen, que estava sentada ao lado dele, foram forçados a entrar num veículo do Hamas. Desde então, não temos mais informações sobre Ofir: não sabemos a extensão dos seus ferimentos, se sobreviveu ou se os seus ferimentos foram tratados. Perguntas difíceis para as quais não temos respostas…”.
Shoval Gal, parceira de Tzarfati, esteve com ele no festival Nova e graças a ele sobreviveu e pediu aos funcionários do Rambam HCC que continuassem a luta com eles: “Estamos felizes por cada um que volta para casa, para suas famílias. Devemos continuar esta luta pelas mulheres, pelos homens, pelos pais, por todos”.
Mais tarde, uma oração foi feita pelos reféns, pelos soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) e pelas forças de segurança. No final da oração, as centenas de pessoas presentes responderam em conjunto “Amém”. A cerimônia no hospital, realizada no último dia 23 de novembro, foi comovente e muitas lágrimas foram derramadas enquanto a família Rambam HCC permanecia unida, rezando pelo regresso seguro dos reféns.
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