Ministério da Saúde instala Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar ações de resposta à Mpox

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirma que o momento é de baixo risco para o Brasil. FOTO: Marcelo Camargo - Agência Brasil

Este ano, o Brasil registrou 709 casos de mpox, número muito abaixo dos mais de 10 mil casos de 2022, no auge da doença no país. 

 

Da Agência Brasil e Ministério da Saúde

 

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a mpox como emergência em saúde pública de importância internacional, nesta quarta-feira (14), a ministra da Saúde, Nísia Trindade afirmou que será criado um Comitê de Operação de Emergência para adoção de medidas de enfrentamento à disseminação da doença.

A mpox vem preocupando autoridades internacionais porque, segundo a OMS, o cenário de mpox na África repercute em risco de disseminação global da enfermidade e de uma potencial nova pandemia. Para a ministra da saúde, o momento é de alerta, mas não de alarme.“Vamos instituir um Comitê de Operação de Emergência, envolvendo Ministério da Saúde, Anvisa e conselhos de secretários municipais e estaduais de saúde. Tivemos reunião de especialistas, há duas semanas, desde que começaram os casos, e a possibilidade de disseminação da doença. Vamos analisar as questões como vacina”, declarou Nísia Trindade a jornalistas, no Palácio do Planalto.

Entre as medidas que devem ser adotadas, segundo ela, estão a aquisição de testes de diagnóstico, alerta para viajantes e atualização do plano de contingências. Sobre vacinas, por enquanto, não há previsão de imunização em massa.

Nota à Imprensa

Em nota à imprensa, divulgada ontem (14) à noite, o Ministério da Saúde adianta que será instalado, a partir desta quinta-feira (15), um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox. Desde 2023, o Brasil apresenta estabilidade de casos.

Segundo a pasta, desde a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) anterior para Mpox, declarada pela OMS em julho de 2022 e encerrada em maio de 2023, a vigilância para a doença se manteve como prioridade no Ministério da Saúde.

A nota afirma que o Ministério da Saúde vem monitorando atentamente a situação mundial e as informações compartilhadas pela OMS e outras instituições. O comunicado diz ainda que a pasta já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.

Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis, um número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.

A vacinação contra a Mpox foi iniciada em 2023, durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, com o uso provisório da vacina liberado pela Anvisa, priorizando a proteção das pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença. Desde o início da vacinação, mais de 29 mil doses foram aplicadas.

Risco baixo para o Brasil

Em 2023, a imunização contra a doença foi realizada em um momento como o atual, de emergência em saúde pública de importância internacional, com o uso das doses liberadas pela Anvisa de forma provisória. De acordo com a ministra, estas doses também foram usadas para pesquisas científicas.

A avaliação da pasta é que a nova onda da doença hoje apresenta risco baixo  para o Brasil. Dados do ministério apontam que, em 2024, foram notificados 709 casos de mpox no país e 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023. Já em âmbito global, este ano, os casos já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.

Em maio do ano passado, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergência em razão do surto da doença em diversos países.

Como é a doença

A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.

 

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