SES-PE: Monitoramento contra as arboviroses mantém dengue sob controle em Pernambuco

Eduardo Bezerra - Diretor SES-PE.

Plano estadual de enfrentamento às arboviroses envolve munícipios no combate ao mosquito Aedes aegipty. FOTO: Lúcio Bernardo Junior/Agência Brasília.

 

Foto: divulgação.

Por Jefferson LinconnFoto: divulgação.

Em entrevista ao Blog Polo Médico, o diretor geral de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde de Pernambuco, Eduardo Bezerra, fala sobre as ações de enfrentamento às arboviroses que estão mantendo sob controle os casos de dengue, chikungunya e Zika no Estado. Bezerra Baseia-se nos Boletins da Semana Epidemiológica de n° 09 e 10. publicados pela pasta. A partir das informações omo a Secretaria de Saúde de Pernambuco vem promovendo o planejamento, as ações e o monitoramento necessários no combate aos mosquitos da dengue, Chikungunya e Zika, as principais arboviroses encontradas hoje no estado. “É preciso lembrar que a atuação direta no enfrentamento às arboviroses é de prerrogativa estadual. Entretanto, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco se preparou previamente para este processo, afirma Eduardo Bezerra.

Apesar dos dados da SES-PE mostrarem um aumento de mais de 300% nos casos de dengue, de  janeiro a março, em relação ao mesmo período de 2023, a doença parece não representar um grande risco à população. Como o senhor analisa esta situação?

Eduardo Bezerra  – O risco existe e está sendo monitorado. Não consideramos a tranquilidade como tendência, mas como momento. O momento em si é de baixa incidência, atualizando o dado em voga, que é o do boletim da Semana Epidemiológica de n° 10, a taxa de incidência se encontra com 77,1 casos prováveis/100 mil habitantes, abaixo dos 100 casos/100 mil habitantes, que colocam na média incidência. Um fator importante nessa comparação é que 2023 foi um ano de baixíssima incidência e, por isso, qualquer aumento seria significativo. Um problema nesse aumento também tem sido a dificuldade dos municípios em concluir os casos em investigação, deixando como prováveis eventos que podem estar descartados. Mas, até pelo cenário nacional, com um monitoramento que considera o ritmo acelerado das demais regiões, nosso acompanhamento vê sempre o risco de uma epidemia mais forte.

Como a Secretaria pretende atuar nos municípios que estão, no momento, com alta incidência de casos de dengue, como Araçoiaba, Chã de Alegria e Terra Nova?

Eduardo Bezerra: Em novembro de 2023, a SES-PE lançou o Plano Estadual de Enfrentamento às Arboviroses 2024, o primeiro do país. A partir daí, tanto o estado como os municípios passaram a contar com um passo a passo para as tomadas de decisão. Por intermédio das Gerências Regionais de Saúde (Geres) estes municípios estão sendo monitorados e visitados. A equipe da Gerência de Vigilância das Arboviroses e Zoonoses também está reforçando os treinamentos em intervenções ambientais nestes e em outros municípios no curso de entrar nesta situação. A atualização em manejo clínico também está sendo realizada, justamente para que os profissionais de saúde tenham condição de intervir de forma qualificada na suspeita de alguma arbovirose.

Na prática, como o Comitê de Enfrentamento das Arboviroses desenvolve o Plano de Contingência dessas duas doenças, a Chikungunya e a Zika?

Eduardo Bezerra: O Comitê de Enfrentamento às Arboviroses é um grupo técnico voltado às questões da atenção à saúde, protocolos clínicos e intervenção na assistência. É uma fase essencial para que a rede de saúde não seja pega de surpresa com o esgotamento de sua capacidade. E esse é um dos pontos do Plano de Enfrentamento. Ele trabalha com cenários e a forma de reagir aos mesmos de maneira que o Comitê é uma forma de termos possibilidades de intervenção qualificada para cada cenário previsto.

Quais as cidades onde estão acontecendo as parcerias entre Geres e prefeituras?

Eduardo Bezerra: É função das Regionais de Saúde fazer esta aproximação e aconselhamento. É importante lembrar que serviços como mutirões de limpeza, visitas domiciliares e abordagem educativa são funções primordiais do ente estadual, e a Geres é um elemento norteador deste tipo de intervenção. Mas trabalha com estímulo e sugestões que podem ser acatadas ou não. A soberania do município deve ser respeitada. Quanto às capacitações, os municípios podem se organizar conforme suas necessidades, mas o estado de Pernambuco tem oferecido formações diversas no sentido de melhorar o aporte de conhecimento para quem está na ação de saúde.

Qual o número de capacitações realizadas?

Eduardo Bezerra: Só no ano passado, a SES-PE visitou mais de 110 municípios do estado realizando capacitações com as equipes de informação em saúde e intervenção ambiental. E este ano o ritmo continuou forte. Quanto à formação clínica, ela precisa ser feita mais próxima a períodos mais críticos para que não seja esquecida. Por isso, já tivemos uma grande formação presencial em manejo clínico mesmo no auditório da Secretaria, no Recife, e iniciamos, em 13 de março, as atualizações em manejo clínico pelo Telessaúde para as Macrorregionais. Começamos justamente com a primeira macrorregional, que compreende a Zona da Mata e a Região Metropolitana do Recife. Até a próxima semana estamos concluindo as demais macrorregionais.

Houve aumento nos recursos para o combate das arboviroses?

Eduardo Bezerra: No final de 2023, o Ministério da Saúde distribuiu recursos para os Estados e vários municípios do Brasil. Pernambuco está em processo de aquisição de materiais e equipamentos que chegarão aos municípios, caso consigam ser concluídos. É importante lembrar que boa parte do país está em epidemia, de forma que as compras estão ocorrendo de forma simultânea em todo território nacional de maneira que alguma dificuldade nessa aquisição seja sentida nessa disponibilidade.

 

 

 

 

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