Unicef lança inteligência artificial para apoiar adolescentes com HIV

Kefi, o chatboot com inteligência artificial, conversa com os adolescentes que recebem diagnóstico de HIV/AIDS, e incentiva a adesão ao tratamento. FOTO: Pixabay

 

Lançado  pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), o chatbot Kefi é a primeira inteligência artificial não-binária “vivendo com HIV”.  Ele foi desenvolvida por dois escritórios das Nações Unidas para oferecer apoio anônimo e gratuito e ajudar adolescentes e jovens com HIV a terem uma vida saudável por meio da correta adesão ao tratamento.

Kefi foi desenvolvida pela startup  de impacto social Talk2U e seu conteúdo foi cocriado por jovens e especialistas da área. “Ela foi construída para dialogar com os adolescentes e jovens”, declarou a chefe de Saúde, Nutrição e HIV/Aids do Unicef no Brasil, Luciana Phebo, à Agência Brasil, nesta segunda-feira (13). Kefi pode ser acessada por meio do Whatsapp ou pelo número +55 11 5197-4395.

Dados mais recentes do Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram notificados 40.880 casos de HIV positivo no Brasil. Do total, quase a metade (18.013) no grupo etário de 15 a 29 anos de idade. A notícia do diagnóstico, porém, nem sempre vem acompanhada de acolhimento e informação adequada para esse público.

Transformando vidas

“Vimos uma enorme necessidade de levar informações que transformam a vida das pessoas com HIV sobre como fazer o teste”. A adesão ao tratamento deve ser feita logo que o resultado for recebido. São informações que ajudam o jovem que recebe diagnóstico de Aids, e também apoia no coletivo. “A adesão ao tratamento cada vez mais precoce diminui a chance de transmitir o vírus da Aids. A inteligência artificial não só atende ao indivíduo, mas também ao coletivo”, destacou Luciana Phebo. O chatbot oferece também apoio psicossocial.

Luciana admite que muitos adolescentes e jovens, quando recebem o diagnóstico de Aids, se revoltam e têm muito medo. Por outro lado, segundo ela, alguns profissionais de saúde não estão preparados, muitas vezes, para tratar com essa parcela da população, e acabam causando seu afastamento do tratamento necessário.

Peça chave

Pesquisa realizada pelo Unicef identificou que informação acessível é peça chave para acolher adolescentes e jovens recém diagnosticados com HIV e levá-los a aderir ao tratamento de saúde. O chatbot Kefi oferece um espaço humanizado, com empatia e confiança. Por isso, a conversa conduzida por inteligência artificial é 100% confidencial. O conteúdo não será vazado.

“O Unicef pensou em todas essas questões para chegar à conclusão de construir uma ferramenta com inteligência artificial. Não foi à toa, não é um modismo”, afirmou a chefe de Saúde, Nutrição e HIV/Aids do Unicef no Brasil.  “Estamos tratando desse tema específico: um adolescente ou jovem soropositivo que precisa de orientação para se sentir seguro e, rapidamente, fazer adesão ao tratamento. Essa foi a nossa intenção”.

Luciana Phebo reconhece que a inteligência artificial pode ser usada para o bem ou para o mal. “Este é um excelente exemplo de como a IA pode ser usada para o bem da juventude e dos adolescentes, promovendo saúde. É uma inteligência artificial totalmente acessível, com acesso democratizado”.

Diretora e representante do Unaids no Brasil, Claudia Velasquez destacou a importância da Kefi para permitir acesso aos adolescentes e jovens com HIV à informação e à orientação de forma simples, em seus celulares. “Isto pode ter um impacto significativo para diminuir a ansiedade, estimular o início ou continuidade do tratamento e combater o estigma e discriminação”.

 

Da Agência Brasil

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