
Da Redação
O jornalista Evaristo Costa, foi hospitalizado em uma UTI em Cambridge, Inglaterra, por conta de uma crise relacionada à doença de Crohn. Ele foi diagnosticado com o quadro inflamatório intestinal há quatro anos. O jornalista recebeu os cuidados médicos desde o dia 12 (sexta-feira) com uma evolução positiva. Evaristo teve alta da UTI na quarta-feira, 17 deste mês, e continua o tratamento em casa com antibióticos via oral. Ele fez o anúncio no seu perfil do Instagram.
Confira a nota: “A ALTA veio. Não estou saindo com a infecção totalmente controlada segundo os últimos exames, mas seguirei o tratamento de casa com antibióticos via oral. Obrigado por todas as mensagens de carinho, apoio, orações… Obrigado por me fazer companhia nesses 6 dias.❤️”, declarou. Vale ressaltar que Evaristo está atualmente no Brasil por conta de compromissos profissionais.
Internação e sintomas
No período de sua internação, foi publicada uma nota nas redes sociais do jornalista, informando sobre a melhora no seu estado de saúde. Inclusive, destacou a necessidade de continuar o tratamento intravenoso. “O meu diagnóstico de Crohn é relativamente novo, descobri há 4 anos. Vê-se que ainda não aprendi como conviver e controlá-lo. Mas chego lá! Sigo com minha resistência imunológica na ‘sola do pé’. Dessa vez fui surpreendido com uma sepse urinária. Ainda bem que me mexi a tempo e estou recebendo o tratamento adequado num hospital de excelência do NHS (gratuito)”, esclareceu.
De acordo com a especialista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP), Dra. Paula Senger, é fundamental identificar os sintomas de forma precoce. Além disso, é essencial buscar o tratamento adequado para ter sucesso no tratamento. “A doença inflamatória intestinal é uma condição crônica e progressiva, caracterizada por ativações imunes e consequentes inflamações no trato gastrointestinal. As principais são a retocolite ulcerativa e a Doença de Crohn”, explica.

Tratamento de Crohn
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) aponta um aumento significativo na incidência de doenças inflamatórias intestinais (DIIs) no Brasil. Segundo dados da SBCP, a patologia afeta principalmente, pessoas entre 15 a 40 anos. Há a estimativa de que o Sistema Único de Saúde (SUS) registre cerca de 100 casos para cada 100 mil habitantes.
A Doença de Crohn é crônica e imunomediada. Assim, como todas as doenças inflamatórias intestinais (DIIs). Isso significa que provoca respostas inflamatórias anormais no trato gastrointestinal. Os sintomas mais comuns das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) incluem dor abdominal e diarreia, sangramento nas fezes, emagrecimento, anemia e febre. Na doença de Crohn, podem ocorrer também fístulas e abcessos perianais. O diagnóstico é realizado através de uma combinação de sintomas clínicos, exame físico e exames complementares. Exemplos disso são: análises de sangue, fezes, colonoscopia, ressonância magnética ou tomografia específica para o intestino.
Necessidade de cirurgia
Na maioria dos casos, o tratamento clínico costuma ser a primeira abordagem. No entanto, a cirurgiã e coloproctologista, Dra. Mariane Savio, destaca que, em alguns casos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. Isso pode acontecer principalmente em pacientes com doença de Crohn. “Mais da metade dos pacientes com doença de Crohn precisarão de algum procedimento cirúrgico em algum momento da vida, seja para a remoção de partes do intestino ou para tratar complicações na região perianal”, ressalta.
No entanto, a cirurgiã enfatiza que o tratamento cirúrgico não significa o fim do tratamento, mas sim um importante passo para atingir a remissão da doença. Acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e realizar ajustes, se necessário. Ela também ressalta que a abordagem multidisciplinar, com a participação de gastroenterologistas e coloproctologistas, é fundamental para o sucesso no tratamento das DIIs.
Novos tratamentos
O tratamento das DIIs é contínuo e visa controlar a inflamação intestinal, prevenir a progressão da doença e evitar a necessidade de cirurgias. Opções de tratamento incluem corticoides, imunossupressores e medicamentos biológicos.
Com os avanços da medicina, novos medicamentos imunobiológicos têm sido desenvolvidos, oferecendo mais alternativas de tratamento para os pacientes. “Hoje temos também ‘pequenas moléculas’, de administração oral, que têm se mostrado eficazes no controle da inflamação intestinal, complementando os medicamentos biológicos já disponíveis”, destaca a Dra. Mariane Savio.
Conforme as especialistas, é primordial que a sociedade esteja atenta aos sintomas e busque auxílio médico especializado. Dessa forma, vão poder investigar possíveis casos de doenças inflamatórias intestinais. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhores serão as respostas aos medicamentos. Além do mais, menores serão as chances de complicações e necessidade cirúrgicas no futuro.
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