Peeling de fenol: saiba o que é e quais cuidados devem ser tomados

Peeling de Fenol
Foto: Kyryl Gorlov/GettyImages

 Por Paula Laboissière,  da Agência Brasil*

A morte de um jovem de 27 anos, em São Paulo, decorrente de complicações geradas por um peeling de fenol levantou o debate acerca do procedimento. O rapaz fez o procedimento em uma clínica estética, que foi interditada e multada. A dona do local não tinha especialidade ou autorização para fazer o peeling. A polícia investiga o caso como homicídio.

Alertas de entidades médicas

O Conselho Federal de Medicina (CFM) chama a atenção para que procedimentos estéticos invasivos, como o peeling de fenol, sejam feitos apenas por médicos, preferencialmente com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica. É a forma a garantir ao paciente atendimento com competência técnica e segurança.  O conselho reitera que, mesmo realizado por médicos, todo procedimento estético invasivo deve ser feito em ambiente preparado, com obediência às normas sanitárias e com estrutura para imediata intervenção de suporte à vida em caso de intercorrências.

A entidade cobra providências por outros órgãos de controle para coibir abusos e irregularidades na área. “A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio das vigilâncias estaduais e municipais, deve reforçar a fiscalização aos estabelecimentos e profissionais que prestam esse serviço sem atenderem aos critérios definidos em lei e pelos órgãos de controle”, diz nota do CFM.

Peeling de fenol

O peeling de fenol é um procedimento autorizado no país. É indicado para tratar envelhecimento facial severo, caracterizado por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A técnica, executada de forma correta e seguindo as orientações, traz resultados na produção de colágeno e redução significativa de rugas e manchas, conforme a entidade.

A SDB considera o procedimento invasivo e agressivo, por isso a realização em toda a face demanda extrema cautela. “É importante ressaltar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido”, informa.

Cuidados a serem tomados

Antes de se submeter a qualquer procedimento clínico ou dermatológico que utiliza diferentes ácidos ou fórmulas, a recomendação da entidade médica é que o paciente faça uma consulta com um dermatologista. “Este profissional está capacitado para preparar a pele, avaliar adequadamente suas condições e indicar a melhor abordagem individualizada para cada caso, além de orientar sobre os cuidados necessários para evitar as possíveis complicações”.

A orientação é que os procedimentos sejam conduzidos por médicos habilitados e em ambiente hospitalar. O paciente deve fazer exames prévios, estar anestesiado no momento do procedimento e ficar sob monitoramento cardíaco durante a execução do processo. “Antes de fazer esse peeling, tem que avaliar o paciente. Se tem uma disfunção cardíaca, ele é contraindicado a fazer este tipo de peeling. Tem que ter uma avaliação cardiológica, exames antes e complementares para esse procedimento”, explicou a dermatologista Gisele Petrone, do Departamento de Cosmiatria da SBD, em entrevista à TV Brasil.

Riscos

A Sociedade de Dermatologia alerta ainda que o procedimento, por ser invasivo, pode apresentar riscos  ao coração, fígado e rins.  Devido ao uso de um composto tóxico absorvido pela pele e, consequentemente, pela corrente sanguínea, são necessárias precauções rigorosas. “É possível que ocorram complicações, como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até mesmo problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele”.

Em nota à Agência Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)  informou que o fenol é um produto autorizado para finalidade estética, como é o caso do peeling, e para uso estritamente profissional. O produto, portanto, não pode ser comercializado pela internet. A agência reforçou que estão sendo adotadas medidas para a retirada da inernet de anúncios irregulares relativos ao fenol.

“A Anvisa dispõe de um projeto piloto, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), denominado Epinet, que monitora anúncios de produtos irregulares comercializados via e-commerce, com o objetivo de reduzir as irregularidades no setor de vendas de produtos sujeitos à vigilância sanitária pela internet.”

* Com informações da TV Brasil

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