
Da Agência Brasil
Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos na natureza. A exceção disso é o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. O método Wolbachia consiste em inserir a bactéria em ovos do mosquito, através de laboratório, e assim, criar o Aedes aegypti que dispõem do microrganismo.
Constatou-se que, esses mosquitos por terem a Wolbachia, não são capazes de carregar os vírus que causam a dengue, zika, chikungunya ou febre amarela. Isso significa na prática que eles tornam-se inofensivos.
Esses mosquitos, apelidados Wolbitos, quando se reproduzem passam a bactéria para os novos mosquitos. Dessa forma, fazem com que menos desses insetos possam transmitir doenças para os seres humanos.
Cidades com Wolbito

O método é originário da Austrália. O Brasil faz parte dos 11 países que compõem o Programa Mundial de Mosquitos, em inglês World Mosquito Program (WMP). Por essa razão, a procedimento é aplicado no País. O processo é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Isso se dá através do financiamento do Ministério da Saúde em parceria com governos locais.
Atualmente, as cidades já incluídas na pesquisa são Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro. Este ano, o método chegará a mais seis cidades: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).
Resultados contra a dengue
O método, no entanto, não tem resultado imediato. Para combater a doença, é precisar associar com outras ações. “O método Wolbachia não é um método de ação imediata, como é um inseticida, por exemplo, que você aplica e mata o mosquito. A Wolbachia é preventiva. A gente precisa cobrir um território, aguardar esse estabelecimento dos mosquitos. Acaba sendo algo preventivo, de médio prazo, porque a gente precisa estabelecer, fazer todo o processo e aguardar um tempo para que os resultados sejam vistos”, explica o líder de operações da WMP Brasil, Gabriel Sylvestre.
De acordo com o especialista, é possível observar os resultados do método em aproximadamente dois anos. No entanto, ele não deve ser a única forma de combate à dengue e às demais doenças. “O método Wolbachia não pode ser pensado de uma forma única. É preciso que haja esse esforço coletivo, tanto do poder público quanto da população. Aí a gente entra como mais uma força nesse combate”, enfatiza.

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