Simepe considera insuficiente nomeação de 186 profissionais para reforçar rede de saúde de Pernambuco

"Seriam necessários, no mínimo, 400 novos médicos para suprir as demandas", afirma Walber Stefanno, presidente do Simepe - FOTO Divulgação

 

Por Etiene Ramos

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, nomeou nesta segunda-feira (7) 80 médicos e 86 assistentes de saúde/técnicos de farmácia, aprovados em concurso público, a fim de reforçar o atendimento da rede de saúde estadual. Mas, para o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), ainda falta muito para suprir o déficit de profissionais de saúde dos hospitais estaduais.

Os nomeados irão atuar em cinco Gerências Regionais de Saúde (Geres) e ficarão lotados nos hospitais da Restauração, Getúlio Vargas, Otávio de Freitas, Barão de Lucena, Agamenon Magalhães e Ulysses Pernambucano, na capital, o Recife. No interior, irão trabalhar nos hospitais regionais do Agreste, em Caruaru; Dom Moura, em Garanhuns; Hospital Regional Inácio de Sá, em Salgueiro; e no Hospital Professor Agamenon Magalhães, em Serra Talhada.

No mesmo dia da nomeação, publicada no Diário Oficial de Pernambuco desta terça-feira (8), o Sindicato dos Médicos de Pernambuco emitiu nota oficial onde demonstra preocupação com a precariedade da saúde pública estadual.

O comunicado é resultado de demandas trazidas por profissionais de saúde da rede pública estadual em assembleias do Sindicato, e remete à decisão tomada pela governadora logo no início da gestão. Na ocasião, ela ordenou o retorno de todos os servidores do governo aos seus órgãos de origem, encerrou contratos ou deixou de renová-los, e a medida ainda repercute na organização da rede hospitalar estadual.

“Existe um déficit maior de profissionais nas escalas médicas, agravado pela portaria estadual que ordenou o retorno de profissionais cedidos a outros órgãos, a finalização de contratos e a redução de leitos”.

O Simepe também ressalta a insatisfação da população usuária dos serviços que se reflete em agressões a profissionais, especialmente nas unidades de urgência e emergência de Pernambuco.

Segundo a entidade, no sistema público de saúde de Pernambuco já existia um déficit de profissionais, que foi agravado diante da não renovação dos contratos Covid-19. “O quantitativo de contratados, anunciado pela gestão estadual não consegue suprir, sequer, a demanda deficitária inicial. Seriam necessários, no mínimo, 400 novos médicos para suprir as demandas do Hospital da Restauração, Hospital Agamenon Magalhães, Hospital Otávio de Freitas, CISAM, Hospital Barão de Lucena, e demais serviços de saúde do estado”, declara o presidente do Simepe, Walber Steffano.

Nota Oficial

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) vem a público manifestar preocupação diante dos relatos realizados pelos médicos da rede estadual de Pernambuco, durante Assembleia Geral Extraordinária, sobre a situação da saúde pública nestes primeiros seis meses do ano.

O cenário atual ultrapassa a precariedade em que os serviços públicos de saúde do estado já vivem. Pois a saúde do estado está submetida a um déficit maior de profissionais nas escalas médicas, agravado pela portaria estadual que ordenou o retorno de profissionais cedidos a outros órgãos; a finalização de contratos; e a redução de leitos, como por exemplo o Hospital de Retaguarda em Neurologia.

A insatisfação da população passou a ser muito mais percebida, transformando-se em agressões a profissionais, notadamente nas unidades de urgência e emergência. O desabastecimento geral de medicamentos/insumos e equipamentos médicos/cirúrgicos tem causado um impacto direto na assistência aos pacientes, com restrições de atendimento e sobrecarga de outros serviços.

A assembleia reitera o pleito inicial de chamamento expressivo de médicos que aguardam a nomeação de concurso público para a recomposição, imediata, das escalas de plantão, e a abertura de leitos de retaguarda, para mitigar a superlotação das grandes urgências/emergências da rede estadual. Por fim, os médicos clamam por melhores condições de trabalho: segurança, infraestrutura e abastecimento de materiais e insumos necessários para o atendimento de qualidade a ser oferecido à sociedade.

Diante dos desafios vividos e agravados ao longo deste último semestre, os médicos da rede estadual de saúde se colocam em estado permanente de assembleia. O Simepe segue ao lado dos médicos, lutando por estes, fortalecendo o movimento e dando voz ao maior patrimônio que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem, o patrimônio humano.

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