
Da Redação
O Dia Mundial de Diabetes, celebrado em 14 de novembro, é dedicado à conscientização sobre a prevenção e o controle dessa doença crônica que, no Brasil, afeta mais de 20 milhões de pessoas, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Entre os órgãos mais vulneráveis aos efeitos do diabetes estão os olhos e a retinopatia diabética é uma das principais complicações oculares associadas à doença. Silenciosa e progressiva, a retinopatia pode comprometer a visão de forma irreversível e levar à cegueira, se não for diagnosticada e tratada precocemente.
A Federação Internacional de Diabetes (IDF) aponta que o Brasil ocupa o 6º lugar no mundo, entre os países com mais pacientes diabéticos, e cerca de uma a cada três pessoas com diabetes não sabe ter a doença, uma vez que os seus sintomas podem demorar a aparecer.
A retinopatia diabética é uma das principais causas de cegueira em adultos. A doença afeta os pequenos vasos da retina, região responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro, e está ligada ao descontrole da glicemia e ao tempo de duração da diabetes. “A hiperglicemia produz várias alterações no organismo e, entre elas, está a disfunção dos vasos da retina. A retinopatia diabética é considerada uma doença silenciosa, pois nos estágios iniciais, os pacientes não costumam apresentar nenhum sintoma. Por isso, procuram um oftalmologista apenas quando a doença já está comprometendo a visão central, em um estágio bem mais avançado”, explica o médico oftalmologista Paulo Saunders, especialista em retina e sócio-diretor do Hospital de Olhos Oftalmax, do Recife.
Pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), encomendada pela farmacêutica alemã Bayer, revela que grande parte da população latino-americana desconhece as doenças da retina. Os dados mostram que 76% das pessoas desconhecem a retinopatia diabética, principal causa da perda de visão em pessoas com diabetes.
Sintomas da retinopatia diabética
●Visão embaçada
●Manchas na visão
●Distorção das imagens
●Perda da visão periférica e central

“É importante lembrar que os sintomas geralmente só surgem nas fases moderadas e avançadas da retinopatia diabética. A condição pode ser prevenida por meio do controle dos níveis de glicose e de exames oftalmológicos regulares. Por isso, ao receber o diagnóstico de diabetes, é fundamental que o paciente consulte um oftalmologista retinólogo, para um acompanhamento adequado”, destaca o oftalmologista Paulo Saunders.
“A retinopatia diabética não tem cura, porém, pode ser controlada , evitando o seu avanço para formas mais graves, caso o diagnóstico seja realizado de forma precoce dando início ao tratamento”, afirma o especialista.
Tratamentos
●Controle rigoroso da diabetes por meio de dieta, uso de pílulas hipoglicemiantes e insulina
●Lasers
●Injeções intraoculares de medicamentos
●Cirurgia vitreorretiniana nos casos mais avançados, quando pode ocorrer hemorragia vítrea ou descolamento da retina.
“Os exames oftalmológicos regulares são essenciais para prevenção e o sucesso do controle da doença, pois permitem diagnosticar as complicações oculares causadas pela diabetes precocemente e iniciar os tratamentos o mais cedo possível, quando as chances de controlar a doença são maiores”, afirma Sanders.
Segundo ele, é fundamental manter um acompanhamento oftalmológico periódico para preservar a saúde ocular no futuro. “È indispensável realizar consultas frequentes com o oftalmologista retinólogo, principalmente se o paciente tem diabetes ou tem histórico familiar da doença”, destaca o médico.
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