Em encontro do IBEF-PE, Boris Berenstein fala sobre a venda da rede de laboratórios para a Dasa

Boris Berenstein e a família decidiram que era o momento certo da venda- FOTO: Luciana Leão/Escritório de Jornalismo

Por Luciana Leão/Escritório de Jornalismo

Uma das aquisições consideradas mais bem sucedidas no segmento de saúde em Pernambuco, nos últimos anos, envolveu o grupo familiar Boris Berenstein Centro de Diagnóstico e a Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, presente em outros países da América do Sul. 

O case da aquisição pela Dasa da grupo Boris Berenstein, um dos mais lôngevos e tradicionais de Pernambuco, no final de 2021, foi apresentado nesta quinta-feira (03), no encontro de associados do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-PE), presidido em Pernambuco pelo economista e auditor José Emílio Calado.

Linha do Tempo

A história foi contada pelo próprio Boris,  como uma linha do tempo, desde a chegada de seus pais ao Recife em 1948, e traduz a simbologia dos imigrantes judeus às cidades brasileiras, um êxodo a partir da Segunda Guerra Mundial.

“Recife foi o porto seguro da família Berenstein”, disse o médico, que antes sonhava ser pediatra e tornou-se fundador e diretor-presidente de um dos maiores centros de diagnósticos do polo médico pernambucano e do Nordeste. Dali nascia uma semente, de trabalho e perseverança. “Onde nasci e fui criado, Pernambuco, foi berço de muitos aprendizados”, disse Berenstein, durante conversa entre os mais de 100 executivos e executivas presentes.

Quando menino, aos 12 anos de idade, ajudava seus pais em seus estabelecimentos comerciais. Aprendeu a datilografia, ofício que até hoje enaltece, por que foi a partir dele que conseguiu após anos, o seu primeiro estágio em medicina, catalogando e escrevendo as fichas dos pacientes.

Entre a faculdade e ter que se manter fez de tudo um pouco: comercializou Fundos de Investimentos; Ações em Bolsas de Valores e até atuou, à época, como vendedor de cadeira cativa do Sport Clube do Recife, mesmo sendo um alvirrubro torcedor do Clube Náutico Capibaribe.

Sonho realizado

A oportunidade de criar a primeira unidade do Centro de Diagnóstico aconteceu em 1988, na rua da Baixa Verde, no bairro do Derby. Á época, revela o doutor Boris Berestein, especializado em Radiologia, a unidade realizava 300 exames ao ano. De lá até 2019, um crescimento sólido que se traduziu num time de 300 colaboradores, um salto para 330 mil exames por ano e um faturamento em torno de R$ 65 milhões ao ano.

“Lembro-me que tinha ocasiões em que dormia na própria unidade, onde fiz minha morada por algum tempo. Era preciso estar próximo. Muita dedicação e apoio de meus familiares”.

Anos de sucesso, perseverança, de objetivos conquistados. Mas, era chegada a hora de iniciar o processo de governança e sucessão familiar com apoio da AJA Governança e Sucessão, capitaneada pelos sócios Antônio Jorge Araújo, Elane Cabral e Bruno Suassuna. 

Foram alguns anos dedicados ao processo. “Muitas conversas, reuniões familiares. A decisão foi demorada, de muita reflexão. O mercado nos alertou.  Afinal, foram anos dedicados à construção de um patrimônio familiar, iniciados desde a minha infância, junto aos meus pais”, revela. 

No entanto, segundo   o empresário e médico, a decisão familiar, dos filhos, mesmo que dolorosa, era de que seria o melhor caminho passar a expertise do Centro Diagnóstico para a Dasa. “Não foi uma decisão rápida. Fomos todos da família nos adaptando aos novos tempos”, disse. E, aqui estou para contar essa história feliz e que deixamos como um  legado familiar para Pernambuco”.

Construção sedimentada

O presidente regional do grupo Dasa, Gustavo Bosco, também presente ao encontro, admitiu que a aquisição, em 2021, foi uma construção sedimentada principalmente na sinergia com os princípios corporativos já existentes no grupo Boris Berenstein. 

“Compramos a sinergia com a marca Boris. No processo de aquisição existem muitas razões estratégicas e, sem dúvida, estamos, neste momento, em um caminho crescente, após o período da pandemia, que impactou todos os setores”. 

A negociação incorporou seis unidades à rede, que passou a ter 82 unidades de diagnóstico em análises clínicas e imagem. Junto com as marcas Cerpe e Gilson Cidrim, a aquisição traz a oferta do serviço e amplia a liderança da Dasa em medicina diagnóstica no Nordeste.

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