Terapia fotodinâmica para tratar câncer de pele é aprovada para uso no SUS

Nova tecnologia para tratar câncer de pele é 100% nacional. FOTO: Agencia Brasil/MarcelloCasalJr.

 

Da Agência Brasil

Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com carcinoma basocelular, o tipo de câncer de pele mais comum, vão ter um novo tratamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A tecnologia 100% nacional promete um tratamento rápido, com menos desconforto e foi aprovada para uso na saúde pública.

As lesões que podem ser tratadas são as não melanoma, que respondem pela maioria dos casos de câncer de pele entre os brasileiros. “O foco do nosso projeto é o carcinoma basocelular em fase inicial de tratamento, uma lesão pequena, com subtipo histológico específico para ser contemplado, para receber a terapia fotodinâmica”, explica a dermatologista Ana Gabriela Sálvio.

O procedimento é feito a laser, com um aparelho que já tratou mais de 5 mil lesões e está presente em nove países da América Latina. Com a inovação os pacientes não precisam mais passar por cirurgia. A terapia fotodinâmica mata as células cancerígenas e, em apenas duas sessões, de 20 minutos, mais de 90% dos pacientes já podem sair curados.  O tratamento custa entre R$ 200,00 e R$ 300,00 por lesão de pele com até um centímetro.

A terapia é desenvolvida há 20 anos pela USP de São Carlos, no interior paulista. O Brasil é considerado o país que mais investiu na técnica fotodinâmica no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Foram mais de R$ 10 milhões, com incentivos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério da Saúde e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

“Um dos grandes desafios do Brasil é colocar a inovação brasileira no nível de produção científica. Somos o 13º país em produção de ciência no mundo, mas o 54º país em inovação de novos produtos, sistemas e soluções para o mundo real. Este exemplo de São Carlos é a ciência básica sendo transformada em inovação e um produto que soluciona um problema do SUS”, avalia Celso Pansera, presidente da Finep.

O tratamento já está disponível há cerca de 10 anos no sistema privado. Com o desenvolvimento de uma tecnologia nacional, em julho deste ano, o aparelho foi aprovado para uso no SUS.

“É um sucesso muito grande. Como é uma técnica relativamente barata e conveniente, fácil, que não exige grande infraestrutura, ela é especialmente adequada ao SUS, que precisa oferecer tratamento para um altíssimo número de pessoas”, aponta o pesquisador Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto Física São Carlos, da USP.

O Ministério da Saúde ainda não informou quando o tratamento com terapia fotodinâmica estará disponível no SUS.

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