Reconstrução mamária recupera autoestima de mulheres após mastectomia

woman with pink nail polish
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Da Redação

 A reconstrução mamária é uma possibilidade para reduzir o impacto da mastectomia em pacientes que passaram pela cirurgia para combater o câncer de mama. A retirada parcial ou total da mama, realizada em cerca de 70% dos diagnósticos, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), pode afetar profundamente a autoestima e a qualidade de vida das pacientes.

Nos últimos dez anos, mais de 110 mil brasileiras se submeteram à mastectomia. Do total, cerca de 25 mil optaram pela reconstrução mamária, um procedimento que visa restaurar a aparência da mama e ajudar na recuperação emocional.

Em outubro, o Hospital Santa Joana Recife recebeu uma paciente que passou por um tratamento de câncer de mama pelo SUS, para realizar a reconstrução mamária. “A paciente apresentava problemas de coluna e de autoestima após a retirada de uma mama. Após exames, ela apresentava as condições necessárias e a cirurgia foi feita por cirurgião plástico e mastologistas reconstrutores”, relata a mastologista do hospital, Yara Mattos.

A mastologista Yara Mattos diz que a reconstrução da mama pode ser antes ou depois da mastectomia. FOTO: Divulgação

A médica, também é especialista em reconstrução mamária, explica que são usadas várias técnicas de cirurgia plástica que tentam restaurar a mama, levando em consideração o tamanho, forma e aparência da mama retirada, para que o resultado final da reconstrução seja o mais natural possível.

Etapas da reconstrução

A mastologista alerta que para realizar a reconstrução mamária é necessário estabelecer em que momento o procedimento deve ser feito, se na própria mastectomia, ou depois. “De imediato, a reconstrução pode ser realizada diretamente com prótese de silicone, se houver preservação de pele. Quando ocorre a retirada de uma quantidade maior de pele, existe uma alternativa que é o uso de um expansor mamário, que lembra uma bexiga de silicone, colocado abaixo do músculo do peito. Nos retornos da paciente ao ambulatório pós procedimento cirúrgico, o expansor mamário vai sendo enchido com soro fisiológico, para ir esticando a pele e ganhando tecido”, explica.

“Na reconstrução tardia, pode-se usar pele, músculo e enxerto de gordura para complementar o processo. Em mulheres que já foram submetidas à radioterapia, é difícil usar o expansor mamário para expandir a pele, isso porque a radioterapia deixa a mama mais dura”, informa Mattos.

A reconstrução do mamilo é uma etapa posterior, que pode ser feita com retalhos de pele local, mas também é possível retirar metade da aréola da outra mama e fazer enxerto no outro lado. “A pele da parte interna da coxa e da região inguinal (virilha) são muito usadas para reconstrução do bico dos seios”, revela a especialista.

Chances de cura do câncer de mama

O câncer de mama, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, com 74 mil novos casos previstos anualmente até 2025. A detecção precoce é crucial para aumentar as chances de cura, que podem chegar a 95%, segundo a Associação Americana de Câncer. Porém, se a doença for diagnosticada em estágios avançados, o índice pode cair para 50%. Diante desses números, a reconstrução mamária surge como uma alternativa que proporciona mais conforto e confiança às mulheres que enfrentam o tratamento.

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